terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

VENÂNCIO AIRES # LINHA SILVA TAVARES

Sábado, dia de Iemanjá...  
Busquei uma conexão com a Natureza.
Fomos até Venâncio Aires à procura da Figueira centenária.   

Quando no centro da capital do chimarrão, perguntei a três pessoas, o caminho. 

Ninguém soube dizer...  Quem deu a localização foi um taxista, com ponto ao lado da bonita Igreja São Sebastião.

 Tomamos o rumo, 27 a 30 km de distância
do centro até nosso destino.

Antes de sair, enfiei um vinho tinto 
e uns crakers salgados na bolsa.

Minha intuição disse que haveria algo
para enganar o almoço, junto à Figueira.
  E tem dias que essa nossa intuição ordena: é hoje.

O hoje chegou sem mistério para alcançar o objetivo:

tudo muito sinalizado!
Olha isso... Muito, mas muito antiga!

Na foto não dá para ver bem: 
toda de pedra e barro.
Várias igrejinhas no interior, mas sem fiéis...
As colônias estão muito abandonadas
e por incrível que pareça  
não vimos um único pé de fumo!
A estrada é ótima, com muita sombra.

Dá uma boa caminhada ou pedalada!
Paradouro da devoção ...
A vista é espetacular! 
E paramos várias vezes
para curtir a paisagem.

Não falei que é bem sinalizado?
 
Na curva do prédio enxaimel, 
uma agência de correio!

😉
Asfalto até aqui,
quando a estrada bifurca: 
siga à direita.

Linha Cachoeira
Linha Cipó
Linha Marmeleiro...
Muita vontade de conhecer todas!


Linha Silva Tavares!
De longe, é possível avistar a Figueira centenária!
Mais um trechinho ladeado por Araucárias lindas!

Um assombro de tão exuberante!


Valeu cada quilômetro:
desejo realizado!
Parece mentira
que precisa placa proibitiva:
 não pode "escrever" na Figueira.
Alguns galhos já receberam suporte
para não caírem.
Esse grupo comemorava aniversário à sombra.
Deixe sua contribuição para o sustento do projeto.
Aceitam pix.
Rogério conta que a propriedade foi do seu pai.
Que ele e a esposa deixaram de plantar fumo 
para investir na vida mais saudável do turismo rural.
Olha isso...
É de uma grandiosidade ímpar.
A gente se comove com a força que irradia.

Não resisti!

Abertura dos "trabalhos"
com pastel quentinho feito na hora!
Início da trilha
Esse caminho ecológico é bacana e de fácil acesso. 
Não é íngreme porque "construída" em caracol...

Visitantes de Santa Cruz.
Um de cada vez...
As três cascatinhas sofrem 
com a falta de água, mas é possível se molhar!

Uma Araucária de mais de 100 anos!

Aposto!

Odoyá Iemanjá!
Rainha, mãe das águas,
peço saúde e mais fé na vida,
peço coragem e proteção 
para enfrentar esse 2024.

Mas não estou sozinha...

😊


Não pode rabiscar, cravar corações...
Mas pode virar criança por um instante!


Visite!
Combine com Rogério uma cesta de piquenique
com produtos coloniais e com isso apoie o turismo rural!
Tem bebidas e água para vender.

51 9 9014 3521

Rogério contou que a Figueira foi estudada e "revirada":
chegaram  a incrível idade de 480 anos!
Sabe o que é isso?

Quase a data da invasão portuguesa no Brasil!

Bom passeio para vocês também!

sábado, 6 de janeiro de 2024

CACHOEIRA DO SUL


Essa é a segunda vez que visito Cachoeira. Adoro a cidade. E vou mostrar porquê!

Primeiro um naco da sua história:

Em 1754, na guerra guaranítica, vide história de Sepé Tiaraju, os indígenas, principalmente da tribo Guarani, se rebelaram contra Portugal e Espanha, e contra práticas  jesuíticas. Derrotados, alguns indígenas e religiosos abandonam as Missões e se refugiam no Cerro do Botucaraí, onde erguem uma aldeia.

Quinze anos depois, são levados ao Passo do Fandango, junto ao rio Jacuí, onde constroem a capela de São Nicolau. É dessa época que a pequena freguesia se forma com açorianos e indígenas e começa a ser chamada de Cachoeira, devido às quedas d'água do rio.

Em 1799 é inaugurada a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, hoje tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.  

Por ordem do rei Dom João VI, em 26 de abril de 1819, a freguesia torna-se vila e passa a ser a 5ª cidade mais antiga do Rio Grande do Sul. 

www.primeirahora.rs 2019

Outro lugar lindo é a praça do Château d'Eau  ou "castelo d'água", também símbolo de Cachoeira do Sul. Foi construído para levar água ao reservatório de distribuição da Rua Júlio de Castilhos e regular a pressão da água nas zonas mais elevadas da cidade.

No projeto de 1925 traz as esculturas de Netuno e um grupo de ninfas, confeccionadas em Porto Alegre. É desativado em junho de 1970. Restaurado, foi tombado em 2012.


O prédio do Banrisul, antes, 
o antigo prédio do Banco Pelotense, 

na esquina das ruas Sete de Setembro com a Presidente Vargas, 
tombado! Sua construção é de 1922.

É lindo... E as árvores na lateral são deslumbrantes!

Cachoeira é uma cidade quente. 
Chega fácil aos 40º.
Mas no inverno é bem frio! 
Parece um sonho, caminhar pelas ruas 
e ver a quantidades de casarões preservados!
Tão diferente da minha cidade...
Quem ama defende...

 Casarões preservados servem de pontos comerciais, 
e restaurantes charmosos!


E mesmo aqueles que não fazem parte de uma arquitetura antiga
tratam de ambientar o Tempo!
Trabalho de restauração, em uma das ruas comerciais.

Olha esse detalhe!
Casa Augusto Wilhelm, 1920

Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha.
Data de 1915, hoje tombada. Abria a
Biblioteca Pública Dr. João Minssen
Tem o teto móvel, com estrutura em vidro e metal.
Já foi a Escola Superior de Artes Santa Cecilia, fundada em 1957.
Abriga também o Atelier Livre Eluiza de Bem Vidal.

Palácio Legislativo João Neves da Fontoura
Tombado em 1985.
Data: 1927 quando foi o Banco da Província. 

Nem só do passado vive Cachoeira do Sul... 
Caminhando, encontrei um centrinho cultural!
E no interior,  a linda Livraria Santos!


Onde deixei Malvina e Engole esse choro!
São 17 livrarias no estado: 5 em Porto Alegre 
e outras espalhadas pela serra e praias.

Ao sair da livraria, vi uma mãe e filha pequena 
entrarem numa ruazinha.  Segui atrás.
Era entrada da Capela Nosso Senhor do Bom Fim
e túmulo da Escrava Josefa, que teria morrido nesse local.

Havia uma senhora pedindo proteção. 
A mãe que segui também fez sua oração ou súplica.
E eu?  Emocionada, agradeci pelo encontro e pedi benção.

Quando ia saindo, vi a placa com informações.

A escrava jovem,  na verdade, se chamaria Maria José, e vivido com muito sofrimento, nas décadas finais do século XIX.

 “Josefa era agredida das mais variadas formas pelos seus patrões na fazenda onde trabalhava e vivia. Seu destino foi trágico. Ela foi assassinada cruelmente pelos seus senhores. Até hoje não se sabe ao certo  como ocorreu sua morte. Entretanto, existem oito versões bem diferentes sobre o caso, presentes na memória do povo.”

Destaco duas: Josefa foi levada ao pelourinho para ser açoitada. E morreu em decorrência dos ferimentos. Anos depois de enterrada como indigente, o sangue emergia de sua cova. A sepultura então foi aberta e constatou-se que o corpo ainda estava intacto.

Outra versão diz que seu patrão tentou seviciá-la, sexualmente. Josefa reagiu. E o patrão  a empurrou  para dentro de um caldeirão cheio de gordura em temperatura escaldante, usada para a produção de sabão. Josefa acabou enterrada ainda viva.

Lendas ou não, fiquei emocionada do acaso me levar até um lugar tão espiritualizado.

*
Gente conhecida que nasceu em Cachoeira do Sul:
Cartunista Adão Iturrusgaray, o jornalista Alexandre Garcia, o pintor Plínio Bernhardt, o combatente  Honório Lemes ou "O leão do Caverá", o pintor Iberê Camargo, o jornalista Régis Rösing, a miss Brasil Rejane Goulart, o político Carlos Vieira da Cunha.

Visite!