segunda-feira, 16 de março de 2015

MARQUES, TRAVESSEIRO, BELA VISTA DO FÃO

 Sábado calcei meus tênis e migrei para Marques de Souza, quase beira da BR 386. Talvez o 47º Passeio da Colônia... Dada a largada, logo encontramos essa casinha  abandonada. Foi dos avós (ou bisavós?) da Gisele Bünchen. Não acreditei. Com tanta grana, ela mandaria restaurar... Ou não?
 Organizado e criado por Alício de Assunção, o passeio desta vez seria de 43 km  margeando o rio Forqueta, com direito a ambulância e ônibus recolhendo os caminhantes que não aguentassem o passo. Saída com café da manhã super bom!
 Manhã gostosa, com sombra para os cerca de 40 participantes que conheceram a Barra da Forquetinha. Vieram de Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Arroio do Meio, Estrela, Lajeado...
 No paredão, um condomínio de ninhos de marimbondos atraiu a curiosidade de alguns, e o medo de outros.
Nessa primeira etapa 14 km a percorrer.
 Olha lá... Tranquilidade para pescar.
 Outro, surpreendido pelas conversas e risadas.
Em rio de peixe grande, lanbari não se mete à besta...
 O tamanho dos eucaliptos merece registros.
Ainda bem que eram apenas eucaliptos.
 A escola Pero Vaz de Caminha, em Marques de Souza, desativada. 
O êxodo rural continua em alta por aqui. 
E não adianta chorar.

Os românticos casarios de Marques de Souza...
 Caminhar sozinho também é bom. 
Dá para prestar atenção na trilha sonora oferecida pela natureza ao redor.
 Linda,linda... Pena que a placa de ônibus foi colocada tão em frente.

 Marques de Souza deveria investir na Rota dos Casarios.
 A natureza ainda não se refez da grande enchente de 2010.
O rio Forqueta estava com o nível baixo, e a prainha de cascalheira à vista. 

O pessoal chegou no pub Krüger em Picada Flor
e pediu uma cerveja Colônia para refrescar o espírito.
A loira gelada é de Toledo, no Paraná.
Deveriam patrocinar a Caminhada.
Até Travesseiro, foram 12 km, penso.
Faltaram dois para completar essa etapa 
que me premiou com uma bolha no minguinho...
 A solidão, às vezes, pode  ser transformadora.
Depois do almoço, muito calor, mais 14 km pela frente.
 Longe, Deus parecia encorajar.
 Quando começou a chover, procuramos abrigo no galpão
onde tudo parecia descansar na poeira ha 10 anos.
 Vale lembrar um pouco da história de Travesseiro que nasce da insatisfação do povo no início dos anos 80. Como distrito de Arroio do Meio, a comunidade queria mais atenção do governo municipal. Certo dia em 1984, depois da missa de domingo, 30 lideranças se reuniram. E toda comunidade se mobilizou.
Mas só nove anos mais tarde que a colônia se viu cidade, com prefeito e tudo que tem direito. Graças a Zeus que até hoje existem várias casas muito bem conservadas, construídas nos anos 30 do século passado.
 Aqui terminou a caminhada do primeiro dia, junto ao encontro do rio Fão com o Forqueta.
Consegui cumprir apenas 22 km. Arrastava as pernas, mas os joelhos estavam bem.
 Jantar no Camping da Pedra, com direito a musica ao vivo. O professor Derio Marche e seu pupilo talentoso, João Pedro. Adoro um acordeon...Fico encantada. Ainda vamos ouvir falar desse piá!
 Do quarto do Hotel do Gringo, a vista deslumbrante.
O hotel está localizado a margem da BR 386 Km 297,
logo após a entrada de Pouso Novo.
Recomendo!
51 9369-7345
 foto de Alício de Assunção
Domingo, 15 de março, dia de manifestações no país,
nós tomamos o rumo de Canhada Funda
cheios de expectativas.
Em Pouso Novo passamos pelo "caminhódromo".
Bonito, silencioso, limpo.
Como é que não fazem propaganda?
Ninguém parou para ver.
 É a terceira ou quarta vez que venho a Pouso Novo e sempre um deslumbre.
A gente sempre se espanta que o céu despenca no vale.

 Canhada Funda: desce uns cinco km.
 "Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario...

 Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando"
Quase adentrando  no mar.
 Agora sim, a nuvem chega de mansinho e nos envolve na sua poesia refrescante.
 Hoje são apenas dez km.
 Ta vendo aquela estrada la embaixo, no meio da foto?
Sim, passamos por lá.
 Para surpresa do tiozinho, as quarenta pessoas dão bom-dia, alegremente.
A casa 
os bichos
o açude
a bagunça do tiozinho!
 Aqui: o riacho Canhada Funda.
Limpo, mais limpo que a nossa integridade.
Vale um discurso em defesa da natureza.
 Mas quem desceu, agora sobe.
Como a vida: altos e baixos.
 Longe, as torres da igrejinha de Bela Vista do Fão, nosso destino final.
 Caminhar por trilhas é muito  melhor do que na estrada
onde passa um carro de uma em uma hora...
 A ponte pênsil do Fão...
 Essa parte da caminhada é de tirar o fôlego de tão linda!
Lamento que meus amigos que gostam de caminhar não vieram.
Durante todo o tempo lembrei deles.
 Quer cenário mais lindo?

"Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto."
 Em Bela Vista do Fão, um almoço espetacular esperava por todos.
Catiusa Degasperi, Marla, Alício e Livia de Assunção: 
obrigada meus queridos! 
Não venci os 43, mas fiz mais da metade, com direito a carroça de bois.
Obrigada pelas delicadezas e carinho. 
Sucesso sempre!